O drama em colocar limites nas crianças e adolescentes neste século!



Todos os dias temos sido bombardeados por notícias que revelam atos violentos praticados por crianças e adolescentes. Tomemos dois exemplos de notícias publicadas em jornais e sites nesse mês de maio. A primeira notícia é sobre crianças com idades entre 8 e 13 anos que invadiram e depredaram a Creche Escola Caminho Feliz em Botucatu. Arrombaram as janelas, destruíram móveis e equipamentos, como televisores, computadores, etc. A outra, é sobre um adolescente que colocou fogo no cabelo da professora em São José dos Campos (SP). Pasmem, é isso mesmo! Colocou fogo no cabelo da professora!

As notícias citadas acima, deixam claro que crianças estão cada vez mais agressivas e sem limites. E agora? Será que não podemos fazer nada para mudar essa realidade? Sim, podemos e precisamos ter ações capazes de educar nossas crianças e jovens para a paz e nesse sentido, essas notícias são excelentes para que possamos refletir sobre a educação que estamos dando para nossas crianças e adolescentes. Como e para que estamos educando?

As dificuldades parecem ser imensas, a impressão que temos é que todo o processo educacional não funciona mais como nos velhos tempos, nos velhos dias, parece que as crianças e os jovens conspiram o tempo todo contra nós.

A luta é insana, o estresse é imenso, as salas de aulas e a intimidade de muitos lares se transformaram em verdadeiras arenas, nas quais o digladio é constante.

O cenário chega a ser desanimador, cansativo, precário, absurdo, repleto de inúmeros conflitos, angústias, disputas, aflições, depressões, frustrações, insatisfações, culpas, compensações e medos.

Nesse contexto, a impressão que temos é que um número considerável de crianças e jovens não temem nada, fazem o que desejam sem se importarem com as conseqüências, pois raramente sofrem as conseqüências de seus atos, e poucas vezes são punidos.

Parece que a cada dia um número maior de crianças e jovens não temem nada, não têm limites, invadem, depredam, quebram as coisas dos outros, deixam o quarto todo desarrumado, ficam nervosos e violentos, arrumam brigas, confusões, se envolvem em todo tipo de encrencas, saem batendo a porta, não fazem as tarefas de casa, não criam hábitos de estudos, não entregam os trabalhos nas datas solicitadas, tiram notas baixas e parece que não se importam, não criam o hábito de lerem bons livros, não organizam seus espaços em casa e não cuidam das suas coisas.

Parece que estão sempre agitados, confusos, frustrados, descontentes, estressados, ansiosos, ao mesmo tempo indiferentes...

Esquecem de pedir licença, desculpas, de dizer muito obrigado, foi sem querer, falam alto, gritam, respondem, teimam, ficam dependurados no telefone horas a fio, empurram, xingam, invadem, tomam emprestado e não devolvem, se sentem os donos do mundo! Por que será?



Onde foi que erramos?
De quem é a culpa?
Ora, um dos culpados é a própria culpa!
Mas, porque que a culpa é a culpada?



Em função de vários fatores como a luta pela sobrevivência, a ausência da figura materna no lar, os conflitos emocionais que incluem processos dolorosos de separações, a perda de emprego, o estresse, o cansaço, o desânimo, as frustrações ou até a perda de um ente querido, ou ainda a tentativa superação da educação castradora da geração passada, os pais acumulam em seus emocionais, culpas e mais culpas e fazem de tudo para compensarem seus filhos.

Nesse contexto, repletos de culpas, muitos pais tem dificuldades em colocar limites em seus filhos, pois temem os limites, os limites para eles funciona como um gerador de mais culpas, pois acreditam que o limites são castradores, geradores de frustrações e traumas, desejam superar a geração passada que para muitos foi castradora, mas isto acaba não funcionando.

Limita, quem cuida, quem protege, quem ama seus filhos!

Acredito que o grande problema não está em limitar os filhos, em dizer não, mas em dizer esse não com amor, com convicção, com propriedade, com a certeza de que o não naquele momento é a melhor opção para a vida dele (dela), é um não que irá garantir sua segurança, livrá-lo de perigos, em suma, proteger a saúde física, mental e intelectual. È preciso dizer “não” de forma elaborada, com muito carinho e muito amor, sem culpas e sem a menor necessidade de compensações. O limite é a maior prova de amor.

É hora de jogar todas as culpas no lixo! É hora de parar com as compensações!

Seu filho é um príncipe e sua filha uma princesa. Você que é pai e você que é mãe, o que são?
Os servos deles?

A culpa remete muitos pais numa profunda loucura e crise existencial, e assim, sem terem clareza do seu verdadeiro valor e papel de rei pai ou de rainha mãe caminham desolados, aturdidos, sentindo-se os piores seres do planeta, muitas vezes incapazes, valorizando-se com tostões, frustrados por não conseguirem fazer com que seus filhos façam com boa vontade o que precisa ser feito para que construam uma vida feliz e equilibrada.

Os príncipes e as princesas atuais são muito inteligentes e espertos, têm uma boa vida com mil privilégios e ainda assim, não cumprem com seus deveres.

É tempo dos pais assumirem o seu reinado e não permitirem que os filhos os façam de servos e adoeçam a sua alma.

Todas as crianças e os adolescentes desse mundo precisam de limites!

Liberte-se de todas as culpas e descubra que limitar é amar, cuidar e proteger!

É possível colocar limites nas crianças por meio de histórias, parábolas, canções...

Ouça essa canção da obra Magia das Virtudes: A Mentira tem perna curta!


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